terça-feira, 16 de novembro de 2010

CONHECES BEM O TEU SENHOR?

Muitos pensamentos errados têm se levandado nesses ultimos dias dificultando o conhecimento do verdadeiro Deus. Por isso, muitos estão sendo destruídos, como está escrito em oséias 4.6: O Meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento". Cada cristão precisa conhecer Deus e prossegui em conhece-lho (Os.6.3). Quando mais conhecermos o senhor, mais felizes e abençoado seremos.

Deuses modernos
Atualmente, há os que estãos pregando um deus que faz negócios, que recebe o dinheiro das pessoas para lhes abençoar. É o deus mercador. A igreja é um verdadeiro balcão de negócios. Este é o grande erro teológico dos dias atuais. Outros conceito equivocado que se desenvolve nos grupos mais radicais é de um deus cruel, que mata e esfola, quando não lhe obedecem. É o deus carrrasco. Outros estão dando ordens a Deus, determinando e decretando o que desejam. É a idéia de um deus-servo. O homem diz vai e ele vai, vem e ele vem. E, ainda, se desenvolve no mundo a idéia de um deus místico, aquele que está em todas as religiões e crênças. É o deus democrático,que concorda com todas as coisas que os homens praticam.
Diante de tantos conceitos errados, o que podemos fazer para conhecermos melhor o verdadeiro Deus? Nós precisamoster intimidade com Ele. Em Jó.42.5, o patriarca declara: ' Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veêm os meus olhos". Jó conhecia o Senhor de longe, através de informações. Muitos crentes conhecem Deus de ouvir dizer, de ler algum livro ou de ouvir pregações. Precisamos buscar uma relação íntima com ele. No Salmo 51.17, o salmista declara que o Senhor não despreza um coração quebrantado. O crente que se quebranta diante de Deus, com certeza conhecerá mais o seu Senhor. Se queremos conhecer melhor Deus, precisamos nos voltar mais para a sua palavra. Conhecer melhor Deus é resultado de um posicionamento mais santo, amavél, fiel e vencedor. Se nós seguimos os passos do Senhor, com certeza teremos vitória em todas as coisas.

POR MÁRCIO DA SILVA
PROF DA EBD EM AREIA BRANCA

domingo, 14 de novembro de 2010

PARTO PELA METADE

PERIGO À VISTA
Estamos defronte de um grande perigo. Se não tomarmos em tempo as medidas necessárias, vamos sofrer muito. O perigo é mais ou menos visivel, mas nem todos o enxergam. O mal que nos ameaça decorre da superficialidade da nossa conversão e da nossa profissão de fé. É tudo tênue demais. Não há comprometimento sério nem duradouro com Jesus Cristo. Não há mudança de vida. Damos razão ao jornalista e escritor americano Ambrose Bierce quando, em seu O dicionário do diabo, define o cristão com "alquém que segue os ensinamentos de Cristo, desde que não atrabalhe uma vida de pecados". Somos uma multidão de eufóricos, contentes com o crescimento numérico e pouco exigentes com o crescimento espiritual. Uma multidão em festa que canta, que dança, que depende demais de sinais e maravilhas, que ora, que troca dizimo por bençãos, que tenta tirar frutos bons da árvore má. Mas não lê regularmente as escrituras, não confessa pecados, não se santifica nen armazena doutrina e esperança. Estamos dentro de uma crise religiosa semelhanteà de Israel na época do profeta Isaias - muito culto e pouca conversão(Is.1.10-17).

O perigo que está adiante de nós é o perigo do "Parto pela metade". Começamos a nascer de novo mais não acabamos. Buscamos o Senhor por causa do pão que perece e não por causa dele mesmo(Jo.6.27). Não queremos ouvir coisas pesadas, não queremos ler, não queremos pensar, não queremos estudar as escrituras, não queremos investigar, não queremos mergulhar no "evangelho das insondáveis riquezas de Cristo"(Ef.3.8).

Queremos apenas sentir o evangelho, nadar em água rasa e beber leite de mamaderira. O perigo que nos ameaça é o perigo da casa vazia. É Jesus quem chama a nossa atenção para esse desastre iminente e de grandes proporções. Ele disse que quando alguém recebe a graça de ser liberto de um espirito imundo, deve encher o vazio deixado para não haver a minima posibilidade de o espirito imundo voltar, trazendo em sua companhia outros sete espiritos piores que ele, agravando em muito a situação anterior daquela pessoa. O Senhor termina o seu recado com estas soleníssimas palavras: "Eis o que vai acontecer com esta garação má" (Mt.12.43-47,BV).

Imagine o que acontecerá a essa multidão em festa que se libertou do espirito imundo e não seguiu adiante, deixando a antiga habitação vazia, limpa e arrumada! Essa situação de vitoria pela metade atrai não apenas o demônio que de lá saiu, mas muitos outros tornando muito pior o estado anterior. "Aqueles que têm conhecido o Senhor e Salvador Jesus Cristo e que escaparam das forças destruidoras do mundo, mas depois foram agararrados e dominados por elas, ficam no fim em pior situação do que no começo" (2Pe.2.20).

Não podemos permitir que tamanha tragédia ocorra na Igreja brasileira. Para tanto é preciso pregar e viver o evangelho todo, o evangelho do arrependimento, o evangelho da porta estreita, o evangelho da renúncia, o evangelho da obediência, o evangelho da continuidade, o evangelho eterno!

POR MÁRCIO DA SILVA
PROF DA EBD EM AREIA BRANCA

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

COMO VIVIA ABRAÃO NOSSO PAI NA FÉ

Abraão e seus Filhos
No passado acreditava-se geralmente que Abraão procedia diretamente de um povo nômade que vivia uma vida pastoril, muito afastado de grandes cidades e de concentrações de população. Mas, se ele nasceu em Ur dos Caldeus, como a Bíblia indica, criou-se em uma das metrópoles maiores, mais progressistas e mais importantes do mundo antigo. Ur era um próspero centro comercial e político muito antes e depois dos tempos de Abraão.

Os eruditos acreditaram durante muito tempo que naquela época Ur se encontrava muito mais perto da beira do Golfo Pérsico. A pesquisa moderna mostra, entretanto que a linha da costa antiga era mais ou menos a atual. A cidade situava-se à margem do Rio Eufrates, cercada de grandes muralhas e com aproximadamente 200 mil habitantes.
Abraão deve ter atingido a maioridade numa cidade que era um dos centros mais altamente civilizados e progressistas daquele tempo. Porque então seu pai Terá, se mudou para Harã, um lugar muito ao norte do vale do Eufrates, distante de Ur aproximadamente mil quilômetros? A resposta não é clara, mas o arqueólogo Leonard Woolley, que encontrou muitas coisas interessantes em Ur , acredita ter descoberto uma boa razão nas capelas familiares anexas a quase todas as casas. Nelas era adorado um “deus familiar”, evidentemente um costume novo no tempo de Abraão. O fato desse deus familiar vir a significar mais para o povo de Ur do que o culto do deus lua – que tinha seu centro na enorme torre-templo, também chamado zigurat, que dominava toda a cidade- poderá ter levado Terá e sua família a se mudarem para Harã, outro centro do deus lua. A mudança, é claro, poderia ter sido apenas uma questão de negócio, ou talvez tivesse alguma coisa a ver com a morte do filho mais velho. Fosse qual fosse a razão, o fato é que eles se mudaram.
Em que período ocorreu este dramático episódio? A Idade Patriarcal da Bíblia corresponde ao período médio da Idade do Bronze de 2000-1500 aC., mas quando Abraão viveu exatamente é incerto ainda. Os modernos biblistas situam a migração de Ur para Harã entre os séculos XX e XIX antes de Cristo. De modo que a data tradicional de 1962 aC., que se encontra em algumas edições da Bíblia, talvez não esteja muito longe de ser exata.
Na parte noroeste da Mesopotâmia existe uma área de pradarias chamada Padã-Arã, ou planície de Arã. Perto de seu centro ficava Harã, onde se encontram importantes trilhas de caravanas. Padã Arã estava muito longe de Ur em distancia, tamanho e importância, mas não era , como se pensou anteriormente, uma aldeia ou estação de caravanas, muito além dos limite da civilização . No tempo em que os patriarcas lhe chamavam sua terra , devia ser uma cidade florescente , e sua menção freqüente em tabuinhas de escrita cuneiforme dos séculos XIX e XVIII aC., é prova clara de que era um importante entroncamento e centro mercantil.
Harã ficava na margem do rio Balikh, perto de cem quilômetros ao norte de sua união com o Eufrates. Cerca de cem quilômetros a leste de Harã ficava o famoso Tell Halaf – Goza da Bíblia (II Reis 19,12) – do qual foram desenterradas algumas das mais antigas indicações da elevação do homem acima da vida primitiva e de sua transição dos instrumentos de pedra para os instrumentos de metal. Aí também foram encontrados os primeiros indícios de um veículo de rodas.
A cerca de quatrocentos quilômetros de Harã descendo o Balik e o Eufrates , ficava a cidade há muito esquecida de Mari, que começou a ser descoberta em 1933. Nela encontrava-se talvez o maior castelo do mundo antigo, contendo mais de duzentas peças. Mas de muito maior importância foram as vinte mil tabuinhas retiradas dos arquivos do palácio. Serão necessários muitos anos para traduzir todas elas, mas as já decifradas contribuíram consideravelmente para melhor conhecimento dessa região, governada no tempo de Abraão pelos pacíficos reis de Mari.
Não só Harã é mencionada nessas tabuinhas, mas freqüentemente também outro lugar chamado Nakhur. Este não é outro senão Naor, a terra de Rebeca, que se tornou a esposa de Isaque , filho de Abraão. Este país da planície de Arã está muito intimamente identificado com os antepassados do povo hebreu.
Sabemos pouco sobre a vida de Terá e sua família em Harã. Os primeiros detalhes referentes a Abraão nos são dados pela Bíblia quando Deus lhe falou dizendo que devia deixar a casa de seu pai e partir para uma terra que Ele lhe indicaria. E prometeu-lhe: “de ti farei uma grande nação, e te engrandecerei.”
Abraão obedeceu ao Senhor e partiu para Canaã, aquela porção do Fértil Crescente que serve de ponte de terra entre a Äsia e a Äfrica e que os homens tem atravessado desde o começo dos tempos em busca de terras, comércio ou conquistas, e que , por conseguinte , tem servido de via de comunicação e de campo de batalha. Como viajou Abraão? Pela rota mais direta, seguindo para o sul ao longo das margens do rio Balik e depois atravessado o deserto sírio na altura da bíblica Tadmor, mais conhecida pelo seu nome romano de Palmira. Daí Abraão teria andado mais duzentos e quarenta quilômetros até a cidade de Damasco, que é provavelmente o lugar mais antigo, grande ou pequeno, que existe no mundo ininterruptamente habitado até o presente. Poucas cidades estão situadas em lugar tão belo, com o Monte Hermom, coroado de neve, a oeste e o deserto estendendo-se em outras direções.
Quanto tempo Abraão ficou nessa cidade, que para os árabes é o paraíso na Terra? O tempo suficiente pelo menos para adquirir um servo habilíssimo, Eliezer, que se tornou seu mordomo (Gn 15,2). Abraão seguiu seu caminho, não se sabe por que rota até armar seu primeiro acampamento em frente da antiga cidade de Siquém.
A casa de Abraão, composta de sua esposa estéril Sara (Sarai), e de seus servos ou escravos, devia já então ser um grupo substancial. Provavelmente eram várias centenas ao todos e muitos rebanhos e manadas. Juntamente com o grupo de Abraão, outros grupos caminhavam juntos, entre eles a casa de Ló, sobrinho de Abraão. Estes grupos devem ter parecido uma terrível ameaça aos habitantes de Canaã, cuja terra estava sujeita a freqüentes invasões nômades. Abraão e Ló devem ter sido olhados com verdadeira apreensão quando chegaram à essa região. Além disso reinava uma grande seca , a água era escassa e os pastos tinham sido tosados até à raiz. Os canaãnitas devem ter ficado aliviados quando os seus “hóspedes” prosseguiram pela rota para o sul.
Por causa da seca, as áreas de pastos de Canaã não podiam suportar os rebanhos e manadas combinadas de Abrão e Ló, de modo que, como muitos nômades desse tempo, Abraão e seu sobrinho, tiveram de procurar refúgio na terra irrigada pelo imenso rio Nilo. Tomaram então a direção do deserto da Judéia, passando pela cidadezinha murada de Jebus, cidade que deveria crescer em tamanho e importância e mais tarde viria a ser conhecida como a famosa cidade de Jerusalém. Depois disso para o sul, passando pequenas aldeias e campos eles teriam descido da região elevada da Judéia até a região de Bersheva.
Aí começou uma caminhada de trezentos e vinte quilômetros pelo deserto do sul até chegarem a fronteira egípcia. Além desse ponto havia bons pastos, mas teriam permissão de passar além? O fato é que passaram, e parece que Abraão era pessoa bastante importante, pois o faraó procurou fazer uma aliança com ele. Foi isso que causou aquele lamentável incidente entre os dois. Tendo-lhe sido dito que Sara, mulher de extrema beleza, era irmã de Abraão, o faraó levou-a para seu palácio. Nessa mesma noite ele soube que Sara era, na realidade, esposa de Abraão e, irritado em ter sido enganado, o poderoso rei baniu Abraão e seu povo da terra do Egito. Antes que isso acontecesse, entretanto, Abraão teve tempo de conhecer e admirar muitas das maravilhas da civilização egípcia, que posteriormente seus descendentes também vislumbrariam por várias gerações.
Pastoreando seus rebanhos, Abraão e seu sobrinho Ló iniciaram a viagem de volta para o norte. Não tardou que de novo chegassem nas montanhas secas de Canaã, onde mais uma vez se viram em dificuldades por causa dos pastos e decidiram-se separar. Das altas colinas de Betel os dois observaram a região.Sendo-lhe dado a escolher, Ló decidi-se pela área tórrida, luxuriante, mas excessivamente perversa, em volta das cidades de Sodoma e Gomorra. Aí ele e sua casa logo se encontraram em dificuldades, sendo capturados por quatro reis que vieram da Mesopotâmia para cobrar tributos.
Sabendo do que acontecera com seu sobrinho, Abraão armou seus servos e partiu para libertar Ló. Dessa forma expulsou os reis e tomou posse da região sul de Canaã. Ló mais tarde encontrou a ruína e sua mulher foi transformada em estátua de sal, quando Deus fez chover fogo e enxofre sobre as perversas cidades de Sodoma e Gomorra. Quanto a Abraão, ele e seu povo cresceram e prosperaram aí entre estrangeiros, tão longe de sua pátria.
Foi aí que Deus apareceu novamente a Abraão, como havia feito muito tempo antes em Harã, e repetiu Sua promessa de que Abraão se tornaria o pai de muitas nações e que ele e sua semente herdariam a terra de Canaã “para sempre”. Foi aí que Agar, serva de Sara, lhe deu um filho, chamado Ismael, que estava destinado a ser o antepassado do povo árabe. Aí a idosa Sara, que há muito tempo era estéril, deu a Abraão seu bem amado filho Isaque, em cumprimento da promessa de Deus. E foi aí também, em Canaã, que o Anjo do Senhor deteve a mão de Abraão quando este, em seu profundo amor a Deus, lhe ofereceu Isaque em sacrifício.
Apesar de todas as bênçãos que recebeu em Canaã, Abraão considerava essa terra um lugar ímpio. Enterrou Sara aí, na caverna de Macpela, perto de Hebrom, mas em anos posteriores, não querendo aliar seus descendentes ao povo de Canaã, enviou seu servo a brande distância, para os lados do norte, à sua antiga pátria na planície de Arã , a fim de escolher uma esposa para seu filho Isaque dentre as filhas de seus parentes que ainda habitavam essa região. Ao conhecer os pais de Rebeca e saber que eram aparentados com seu amo Abraão, o servo tratou o casamento dela com Isaque e levou-a consigo de volta para Canaã. Isaque e Rebeca amaram-se e mesmo depois da morte de Abraão continuaram vivendo em Canaã, a Terra Prometida. Seus filhos gêmeos estiveram longe de serem uma benção perfeita. Isaque amava o seu voluntarioso e robusto filho mais velho, Esaú, que insistia em se ligar à gente local. Com seus casamentos com as filhas dessa gente Esaú tornou-se o pai dos Edomitas, os quais em gerações posteriores viriam a dar muito o que fazer ao Povo Eleito – descendente de seu astuto irmão mais novo, Jacó.
Sua esposa mais amada era a encantadora Raquel, e o filho mais velho dela, José, tinha-se tornado o seu favorito. Os irmãos do rapaz eram muito mais velhos do que ele, e sua imprudência juvenil, juntamente com a parcialidade do pai, tornou-o muito odiado por seus dez irmãos.
Jacó tinha ciúmes de seu irmão gêmeo Esaú, que nascera apenas um momento antes dele, e cobiçava sua herança. Um dia vendo Esaú esmorecido de fome, comprou-lhe o direito de primogenitura por um pouco de pão e um pote de lentilhas. Vendo-se ludibriado, Esaú ameaçou matar o irmão, e Rebeca aconselhou Jacó, seu favorito, a fugir para sua velha pátria de Padã Arã e viver com seu irmão Labão. Foi durante essa fuga que Jacó sonhou com a escada que chegava ao céu e que ouviu a voz do Senhor dizer-lhe que ele, Jacó e seus descendentes herdariam a terra de Canaã.

Jacó fez um rigoroso aprendizado como pastor de Labão em Padã Arã. Ele desejava casar-se com a filha mais velha de Labão, Raquel, e embora Labão concordasse com isso, primeiro ludibriou Jacó casando-o com Lia, a filha mais velha. Jacó teve que servir Labão, sete anos por Lia e sete mais por Raquel. Finalmente, havendo realizado seu desejo, rompeu com Labão e com suas duas esposas e os rebanhos e manadas que possuía, pôs-se a caminho de volta para a erra de Canaã. Isso marca a separação nítida entre a raça hebréia em evolução e a terra e os povos arameus.
Durante a caminhada de volta, próximo ao rio Jaboque, Jacó “lutou” com o anjo do Senhor e recebeu o nome pelo qual ele e seu povo viriam a ser conhecidos daí para o futuro – Israel. No dia seguinte fez as pazes com seu irmão Esaú.
Durante os próximos trinta anos, Jacó e sua crescente família levantaram suas tendas e apascentaram seus rebanhos em muitos pontos familiares nas montanhas de Samaria e Judéia e no “país do sul”. Jacó desposara muitas mulheres, coisa muito comum numa época em que muitos filhos morriam na infância e os que chegavam a idade de trabalhar podiam contribuir materialmente para a riqueza dos pais.
As tendas de Jacó estavam armadas perto de hebrom quando Jacó fez dezessete anos e que os dez irmãos se vingaram dele. Parece que José era uma espécie de mensageiro entre o velho pai, que ficava no acampamento principal, e os filhos, que saíam procurando os melhores pastos, algumas vezes à grandes distâncias. Foi numa dessas missões que o jovem José, vestindo sua túnica de muitas cores partiu para o norte de Siquém. Não encontrando seus irmãos e o seu gado lá, andou mais alguns quilômetros até Dotã, e foi aí que seus irmãos o capturaram com a intenção de o matar. Pouparam-lhe a vida, entretanto, venderam-no para o que poderia ser uma espécie de morte em vida – a escravidão.
Os ismaelitas que o compraram eram um grupo de mercadores que atravessaram o Jordão e se dirigiram para a rota principal do Egito que passava através das planícies da costa. A transação que eles fizeram talvez não fosse coisa incomum naqueles tempos, especialmente naquela terra sem Lei e esparsamente povoada. O teatro da história bíblica muda agora de Canaã para o Egito, acompanhando o desventurado Jose à terra onde inconscientemente irá preparar um lar para o povo que um dia possuirá Canaã – Os Filhos de Israel, seus próprios descendentes e os de seus irmãos.
Qual era a situação na estreita faixa de terra ao longo do Nilo, quando José lá chegou? Provavelmente ele chegou ao Egito no período entre o Médio e o Novo Império, durante os dias dos Hicsos. O historiador Josefo, escrevendo por volta de 80 AD, e citando um antigo sacerdote e historiador egípcio chamado Maneton, explica como aconteceu a terra dos faraós cair sob domínio dos hicsos , um povo de origem semita, assim como José.
Sabemos que José ascendeu a uma posição de grande destaque sob um dos faraós hicsos. Entrou no Egito como escravo e tornou-se primeiro-ministro graças a sua habilidade de interpretar os misteriosos sonhos do faraó. Predisse uma fome e salvou a nação pondo de lado o trigo de sete anos gordos para ser usado durante os sete anos magros. José levou também seu povo para o Egito e estabeleceu-o na rica região do delta conhecida na Bíblia com o nome de Gósen.
Durante os primeiros anos da ocupação dos hicsos parece que os egípcios aceitaram seus conquistadores sem resistência. A casa de Israel floresceu. Jacó passou os últimos dias de sua vida no Egito. No seu leito de morte ele fez o seu filho José prometer que levaria seus restos de volta à Terra Prometida e os depositaria no sepulcro de Macpela, ao lado dos de seus avós Abraão e Sara, de seus pais Isaque e Rebeca e de sua primeira esposa Lia. E assim foi que, depois de o corpo ser embalsamado e de haverem passado quarenta dias de luto, Jose piedosamente empreendeu a melancólica viagem à frente de um cortejo fúnebre. Esse cortejo compunha-se de todos os anciões da casa do faraó e os anciões da terra do Egito, assim como os da casa de José e de seu pai e de todos os seus irmãos. (Gn 50,7-9).
Na cidade de Hebrom está localizada a Gruta de Macpela onde estavam os pais da raça hebréia . Aí Jacó foi depositado para repousar.
Depois do sepultamento Jose e seus irmãos voltaram ao Egito, onde ele conquistou novas honras e viveu uma vida longa e útil. E os Filhos de Israel – a família de José e as famílias de seus onze irmãos, que constituíam as Doze Tribos – estabeleceram-se permanentemente no Egito nessa época, fazendo dele a sua pátria durante as doze ou quatorze gerações seguintes, ou seja, até ao tempo de Moisés.
Não se haviam passado muitos anos depois da morte de José quando chegou para o Egito o dia do ajuste de contas com a expulsão dos Hicsos do país. Por fim, os príncipes naturais do Egito começaram a revoltar-se. O Príncipe Amés derrotou os Hicsos com um considerável exército. Não contente com haver expulsado os Hicsos e seus aliados para além da fronteira, perseguiu-os por toda a Canaã, saqueando as cidades em que eles se escondiam e levando muitos despojos para o Egito. A recordação dos anos de humilhação sob os Hicsos suscitou uma atitude militante e agressiva entre os egípcios. Nos anos que se seguiram o Egito tornou-se uma potência respeitável.
Amés I, hábil soldado, tornou-se também governante competente e foi o fundador da Décima dinastia no ano de 1580aC. Sob esta dinastia o Egito foi muito afortunado e seu poder foi se estendendo a áreas cada vez maiores. Antes da morte do trineto de Ames I , Tutmés III, este novo Egito era senhor de um imenso território que ia do norte da África até a margem do distante rio Eufrates.

POR MÁRCIO DA SILVA
PROF: DA EBD DA ASS DE DEUS EM AREIA BRANCA