Se Jesus foi sepultado na véspera do Sábado, ao cair da tarde, e ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana, o domingo, como se explica que Jesus passou três dias e três noites no sepulcro, como diz Mateus 12.40 e Marcos 15.42 e 16.2?
Para responder esta questão, precisamos compreender os diferentes costumes dos povos Judaicos e romano na forma de marca as horas do dia e da noite. Os dias dos romanos iniciavam à meia- noite e terminavam na outra meia-noite ( de zero a zero hora ). Para s judeus, cada novo dia iniciava às 18 horas e terminava no dia seguinte às 18 horas. O período entre o nascer e o por-do-sol era dividido da primeira até a doudécima hora (Joaõ.11.9), sendo que as horas terceira, sexta e nona eram importantes por causa dos sagrifícios no templo. As noites eram divididas em vigílias de 3 horas cada uma.Os romanos as dividiam em vigílias de 4 horas.
" Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim estará o filho do homem três dias e três noites no sei da terra" Mt.12.40. Ao pé da letra, isso indica que o Senhor ficou 72 horas no sepulcro. Porém, Jesus foi crucificado na sexta-feira à hora terceira (9 da manhã) e morreu à hora nona (3 hota da tarde), sendo supultado por José Arimatéia e Nicodemos três horas antes do início do daquele sábado.
O profeta Jonas não teria como contar os dias que ficou dentro do grande peixe, pois ele deve ter perdido a noção do tempo. Esse dado pode ter sido investigado sem a participação direta dele. Entretanto, no caso de Jesus, foi concluído que ele passou no máximo 36 horas no sepulcro: parte da Sexta-feira, o sábado como completo e parte do domingo.
Devemos estudar a declaração de Cristo em paralelo com Josué 2.16, onde a parte de uma dia é declarado como como sendo um todo. Logo os três dias e três noites no sepulcro não abrangem dias completos, mas, sim, dias cronológicos. A expressão de Cristo poderia ser simplificada assim: " ressuscitarei ao terceiro dia" ou " depois de amanhã ressuscitarei".
POR MÁRCIO DA SILVA
PROF DA EBD
A opinião a respeito da quarta-feira como o dia da crucificação afirma que houve dois Sábados naquela semana. Após o primeiro (o que ocorreu na noite da crucificação, Marcos 15:42; Lucas 23:52-54) as mulheres compraram especiarias – note que fizeram a compra após o sábado (Marcos 16:1). A visão sobre a quarta-feira diz que este “Sábado” era a Páscoa (veja Levítico 16:29-31; 23:24-32, 39, onde se refere como sábado dias santos que não eram necessariamente o sétimo dia da semana). O segundo sábado daquela semana era o sábado normal. Note que em Lucas 23:56, as mulheres que haviam comprado as especiarias após o primeiro sábado retornaram e prepararam as especiarias e ungüentos, e depois “... no sábado repousaram, conforme o mandamento” (Lucas 23:56). O argumento afirma que elas não poderiam ter comprado as especiarias após o sábado, ou prepará-las antes do sábado, a não ser que houvesse dois sábados. Com esta visão de dois sábados, se Cristo foi crucificado na quinta-feira, então o sábado sagrado (a Páscoa) teria começado na quinta-feira ao pôr-do-sol e terminado na sexta-feira também ao pôr-do-sol – ao iniciar o sábado semanal. Comprando as especiarias após o primeiro sábado (Páscoa) teria significado que as compraram no sábado e que estariam descumprindo o sábado.
ResponderExcluirPor este motivo, esta visão afirma que a única explicação que não viola o relato bíblico das mulheres com as especiarias e não se choca com uma compreensão literal de Mateus 12:40, é que Cristo foi crucificado na quarta-feira. O sábado que era o dia sagrado (Páscoa) ocorreu em uma quinta-feira, as mulheres compraram as especiarias (depois disso) na sexta-feira, retornaram e as prepararam no mesmo dia, e depois descansaram no sábado, o sábado semanal, tendo depois trazido as especiarias à sepultura no domingo cedo. Ele foi sepultado perto do pôr-do-sol na quarta-feira, que começou na quinta-feira no calendário judaico. Usando um calendário judaico, temos a quinta-feira à noite (primeira noite), o dia de quinta-feira (primeiro dia), sexta-feira à noite (segunda noite), o dia de sexta-feira (segundo dia), sábado à noite (terceira noite), o dia de sábado (terceiro dia). Não sabemos exatamente quando Ele ressurgiu, mas sabemos que foi antes do nascer do sol no domingo (João 20:1, Maria Madalena veio “de madrugada, sendo ainda escuro”, e a pedra havia sido deslocada, e ela, encontrando Pedro, disse: “levaram o Senhor do sepulcro”) de modo que Ele pode ter ressuscitado bem cedo, logo depois do pôr-do-sol sábado à noite, que começou no primeiro dia da semana dos judeus.
Um possível problema com a visão de quarta-feira como o dia da crucificação é que os discípulos que andaram com Jesus no caminho de Emaús o fizeram “no mesmo dia” de Sua ressurreição (Lucas 24:13). Os discípulos, que não reconheceram Jesus, fazem a Ele o relato de sua crucificação (24:20) e dizem que “é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram” (24:21). De quarta-feira a domingo contamos quatro dias. Uma possível explicação é que eles podem ter contado a partir da quarta-feira à noite, momento do sepultamento de Cristo, que inicia a quinta-feira judaica, e de quinta-feira a domingo poderia assim ser contado como três dias.